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Mostrando postagens de agosto, 2017

O PAPEL DOS EUA NA PEB DO FINAL DA SEGUNDA GUERRA À PEI

O contexto de política da boa vizinhança, empreendida por Franklin Delano Roosevelt, entre 1933 e 1945, foi favorável à política externa do governo Vargas de manter uma equidistância pragmática com relação a Estados Unidos e Alemanha. O advento da Segunda Guerra, no entanto, rompeu tal lógica e forçou um posicionamento do Brasil. Como o fechamento do partido nazista do Sul do Brasil levou ao esfriamento da relação com a Alemanha e ao incremento da parceria com os Estados Unidos, o Brasil opta por participar da Segunda Guerra, vendendo borracha para os Estados Unidos, cedendo bases aéreas no Norte e Nordeste e, finalmente, enviando tropas para o Norte da Itália. Nesse sentido, foram construídas excelentes relações com os Estados Unidos, o que levou à crença brasileira numa aliança especial com a potência capitalista. Assim, durante o governo Dutra, o Brasil passa a acompanhar as posições estadunidenses nos foros internacionais, manifestando alinhamento ideológico. O país rompe relaç

A IMPORTÂNCIA DA PEB PARA A FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO E DA IDENTIDADE BRASILEIROS

Desde a independência, a política externa brasileira (PEB, doravante) orientou-se pela construção da nação, sobretudo, a partir da definição territorial. Porém, em virtude dos “tratados desiguais”, que colocavam o Brasil em posição subalterna no sistema internacional, a PEB ainda era bastante tímida. A instabilidade decorrente da abdicação e do subsequente período regencial contribuiu que tal panorama se estendesse até 1840. Ao longo do Segundo Reinado, a construção da estabilidade interna, por outro lado, corroborou para o adensamento das relações internacionais do Brasil e para consolidação da integridade territorial, tão almejada pelo maior país da América Latina. De 1840 a 1889, as negociações de limites tiveram papel de destaque na diplomacia nacional, definindo fronteiras, segundo dois argumentos: o princípio do usucapião (em que aquele que possui de fato deve possuir de direito) e a noção da existência de fronteiras naturais como delimitadoras do território. Segundo Danes

AS OSCILAÇÕES NO VALOR DO PETRÓLEO E SEUS IMPACTOS PARA O BRASIL

Nas últimas décadas, além do valor estratégico dos recursos, outras variáveis começaram a se relacionar com a gestão energética: segurança de oferta competitiva; universalização do acesso; e proteção do meio ambiente. Percebemos, então, que a temática de energia está cada vez entrelaçada com aspectos do campo político, econômico, social e de meio ambiente, o que demonstra que a distribuição de recursos faz com que a energia seja alvo de disputas ou de cooperação. No âmbito das disputas, percebe-se que os países desenvolvidos, principalmente do hemisfério Norte, são dependentes das fontes de hidrocarboneto dos países em desenvolvimento. Isso acaba fazendo com que estes tenham maior preponderância nos foros internacionais de gestão de energia, atentando para os prejuízos de uma matriz energética “suja” e para a importância de fontes alternativas de energia que sejam menos poluentes. No campo da cooperação, é patente que o mapa energético esteja se redesenhando, principalmente no que

MULTILATERALISMO E LEGITIMIDADE

O multilateralismo pode ser definido como a atuação conjunta de Estados com base em instituições ou princípios coletivos voltados para interesses comuns. Sua faceta contemporânea surge a partir da criação da ONU (Organização das Nações Unidas), em 1945, que tinha a finalidade de promover a paz, através do disciplinamento do uso da força, e o progresso econômico, social e de direitos humanos. Uma de suas consequências é a profusão de temas considerados essenciais para a diplomacia atual, como meio-ambiente, direitos humanos e comércio internacional. Outro aspecto é a ampliação dos espaços de proposição normativa em instituições multilaterais (como ONU e OMC) ou em coalizões diplomáticas (como BRICS, IBAS e a CELAC), permitindo a ação coletiva em torno de agendas comuns e, portanto, maior horizontalidade entre os participantes. Formada, inicialmente, por seis órgãos (Assembleia Geral, Conselho de Segurança, Secretariado, Corte Internacional de Justiça, Conselho Econômico e Social e

O BRASIL E O REGIME DE NÃO-PROLIFERAÇÃO

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A preocupação brasileira com o fomento científico e tecnológico remonta à década de 1930, quando o governo Vargas passou a utilizar a sua política externa a fim de buscar insumos financeiros e tecnológicos que contribuíssem para a superação de entraves ao desenvolvimento do país.  Num contexto de abandono do big stick em detrimento da adoção da política da boa vizinhança pelos Estados Unidos, Vargas conquista verbas para a criação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), aparelha as Forças Armadas, é membro fundador da Organização das Nações Unidas (ONU), além de assinar com Washington seu primeiro acordo de cooperação e prospecção de recursos estratégicos (areia monazítica, urânio e tório). Tal acordo inseriu o Brasil na era atômica como fornecedor de recursos minerais para projetos nucleares experimentais dos Estados Unidos, como o Projeto Manhattan . Ao final da Segunda Guerra, a eclosão das bombas nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, ao mesmo que tempo que suscitou quest
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