A CORTINA DE FERRO, A DOUTRINA TRUMAN, O PLANO MARSHALL E O KOMINFORM

A explosão das bombas atômicas em Hiroshima e em Nagasaki, logo após o término da Conferência de Potsdam, revelou a indiscutível superioridade bélica dos EUA. Isso fez a URSS adotar uma postura mais prudente com relação àquele país.

Porém, as medidas tomadas pelo Ocidente não pareciam tornar mais amistosas as relações entre ambos.

Num discurso proferido nos EUA, em 1946, o chanceler britânico Winston Churchill alertava para a criação por parte de Moscou da chamada Cortina de Ferro.



Esse termo designa a postura soviética de não só anexar repúblicas no Leste Europeu mas apoiar nestas a implantação do socialismo, o que as colocaria sob sua esfera de influência.

Diante do discurso britânico, o então presidente estadunidense Harry Truman lançou a chamada Doutrina Truman, que conclamava todos os países do Ocidente a lutar contra o avanço soviético. Esse fato marcou o reconhecimento público das divergências entre EUA e URSS, ou seja, a Guerra Fria.

Truman discursa no Congresso estadunidense em 1947, lançando as bases da Doutrina Truman: combate ao avaço vermelho.
O esforço para conter o avanço comunista fez com que fosse o criado o Plano Marshall, que sistematizava a ajuda econômica que os EUA dariam para a reconstrução da Europa, principalmente da Alemanha Ocidental, encarada com fundamental para barrar uma possível expansão soviética no Ocidente.

Cartaz do Plano Marshall para a Alemanha Ocidental.
Nenhum país do bloco socialista aceitou essa ajuda, devido ao Kominform.

O Kominform era o Comitê de Informações dos Partidos Comunistas e Operários e visava a articular a ação comunista na Europa Oriental, transmitindo as orientações soviéticas para os partidos comunistas de cada país do bloco socialista.

O Kominform dava à URSS maior controle sobre a política no Leste Europeu.

A alta hierarquia soviética. Da esquerda pra direita, Mikoyan, Kruschev, Stalin, Malenkov, Beria e Molotov.


O único país que se rebelou quanto a isso foi a Iugoslávia, que, em 1948, deixou o Kominform. Josep Broz Tito criticara a falta de apoio soviético aos socialistas gregos que lutavam para chegar ao poder em seu país. O conflito entre URSS e Iugoslávia deliciava os EUA, que visavam a atrair Tito com a promessa de ajuda econômica. Assim como fizeram quanto à URSS, Tito também se negava a ser um fantoche nas mãos de qualquer um dos blocos, tornando-se, posteriormente, um dos líderes do Movimento dos Países Não-Alinhados.




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