AS MUDANÇAS NO FEUDALISMO DURANTE A BAIXA IDADE MÉDIA
A Idade Média divide-se em dois
períodos. O primeiro deles, a Alta Idade Média, marca seu início até seu apogeu
(do século V ao século X). O segundo período medieval é a Baixa Idade Média,
que marca o declínio do modo-de-produção feudal, do século X ao século XV.
Estudamos que as principais
características da Alta Idade Média e, portanto, no modo-de-produção feudal
eram: economia agrária e de subsistência; política descentralizada já que o
poder ficava nas mãos de cada senhor feudal; cultural teocêntrica, ou seja,
ultrarreligiosa; sociedade estamental, sem mobilidade social. Essas
características marcaram o apogeu do Feudalismo. No entanto os séculos
seguintes seriam de profundas modificações na Europa, e cada uma das
características do Feudalismo perderá sua força até desaparecer na maior parte
do Velho Mundo. A economia, a política, a cultura e a sociedade europeias se modificarão por volta do século
XI.
Transformações econômicas – o renascimento comercial e urbano
A partir do século XI, as inovações
técnicas e o aumento das áreas de cultivo fizeram com que a produção de
alimentos aumentasse. Isso gerou três conseqüências: primeiramente, colaborou
para o crescimento da população e da expectativa de vida, já que os
europeus passaram a se alimentar melhor e a viver mais; em segundo lugar, o
renascimento urbano, já que com o aumento da oferta de alimentos, não havia
tanta necessidade de muitas pessoas trabalhando nas plantações; por fim, gerou
um excedente de produção que passou a ser comercializado, causando o renascimento
comercial.
A partir do momento em que surge o
comércio, o lucro passa ser importante, então percebemos que aquela economia
somente de subsistência vai perdendo sua força. A economia passa pela fase de transição
do modo-de-produção feudal para o modo-de-produção capitalista burguesa.
O comércio de longa distância também
cresceu nas principais cidades portuárias da Europa: Gênova, Veneza,
Constantinopla, Trípoli, entre outras.
Transformações
sociais – o fim da sociedade estamental e o surgimento de uma nova classe
social: a burguesia
Se, durante os primeiros séculos da
Idade Média, a vida no campo era mais importante do que a urbana, a partir do
século XI, as cidades cresciam algumas ao redor de feiras, outras nas margens
dos rios ou em volta do castelo de algum nobre. As cidades também eram chamadas
de burgos, e seus habitantes de burgueses. A riqueza dos burgueses era
consequência do seu trabalho, e esta era a característica que os distinguia da
nobreza.
Os burgueses só poderiam trabalhar na
cidade medieval, se possuíssem algum tipo de vínculo com uma corporação de
ofício, isto é, uma associação de profissionais do mesmo ramo de atividade:
havia corporações de sapateiros, de ferreiros, de tecelões, etc. cada
corporação controlava os preços, a qualidade e a quantidade de seus produtos,
além de estabelecer as regras para o ingresso na profissão.
Os comerciantes também tinham suas
associações. Elas chamavam-se ligas, e seu principal objetivo era liderar o
comércio em determinada área e evitar a concorrência entre seus membros.
Transformações
políticas
Enquanto na Alta Idade Média a política
era descentralizada, devido ao fato de o poder pertencer não a um, mas a vários
senhores feudais por todo continente europeu, a Baixa Idade Média será a época
da formação dos Estados Nacionais, o que significa dizer que o poder
passou a ser exercido por reis que controlavam grandes extensões de terra, que
mais tarde formariam os países europeus que conhecemos hoje em dia.
Com o revigoramento do comércio e das
cidades, surgiu um novo grupo social (a burguesia) composto principalmente por
comerciantes e artesãos. Porém a existência de diversos senhores feudais
dificultava a comercialização, já que havia vários impostos entre os feudos e
moedas diferentes.
Dispostos a mudar essa situação, os
burgueses aproximaram-se de alguns reis, a fim de obter proteção e de unificar
pesos, moedas e medidas. Além da burguesia, a nobreza também se aproximou do
rei, já que saíra enfraquecida por causa do insucesso das Cruzadas e precisava
de dinheiro e de proteção contra as revoltas camponesas. Os camponeses, por sua
vez, esperavam que os reis os defendessem dos abusos cometidos pelos seus
senhores feudais. Dessa maneira, o rei
conseguiu o apoio de toda a população e fortaleceu-se. Aos poucos, o rei foi
impondo sua autoridade para cobrar impostos para criar um exército nacional em
troca da proteção que todos queriam.
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