AS UNIFICAÇÕES TARDIAS: O CASO DA FORMAÇÃO DO REINO DA ITÁLIA

Dividiremos a segunda parte dos nossos estudos sobre o estudo das unificações tardias da seguinte maneira: 

  1. A península itálica;
  2. Jovem Itália e os Carbonários;
  3. Giuseppe Garibaldi e a conquista do Sul;
  4. A Questão Romana.
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1. A península itálica:

Na época das invasões napoleônicas, a península itálica foi dividida, e o Reino de Nápoles foi entregue a José Bonaparte, irmão do imperador da França.

Após o Congresso de Viena, a península foi entregue ao domínio do Império Austríaco, o que intensificou lutas de caráter nacionalista na região.

2. Jovem Itália e os Carbonários:

Os carbonários eram uma sociedade secreta que atuou na França, na Espanha, em Portugal e, principalmente, na Itália. Dotados de forte sentimento anticlerical, os carbonários eram o centro de difusão das ideias revolucionárias. Foi após entrar para os carbonários que Giuseppe Mazzini fundou a Jovem Itália, organização que visava libertar o sul da península do domínio austríaco com apoio popular, formando uma república democrática. Lindo, né? Mazzini era demais.

Porém esse não era o único projeto de Estado existente na península. Havia aqueles que, como Mazzini, queriam a democracia, e outros que preferiam que a centralização política fosse feita em torno do Reino Sardo-Piemontês. Havia ainda a Igreja que defendia que a unificação tinha de ficar a seu cargo.

Conde Cavour e Giuseppe Garibaldi: Senti tanta falta do Mazzini...

Oi, meu nome é Giuseppe Mazzini. Não deixe a história
 institucional  esquecer os líderes populares. Grato.
3. Giuseppe Garibaldi e a conquista do Sul

Se Mazzini já é tudo, vocês não têm noção do que Garibaldi. Além de sua participação na libertação do Sul da península itálica, Garibaldi tem um extenso currículo revolucionário. Vejamos: participou da Revolução Farroupilha, no Rio Grande do Sul; foi pro Uruguai participar da disputa entre blancos e colorados; depois, volta à Itália (ele era nascido em Nizza, que atualmente pertence à França sob o nome de Nice), como já dissemos; e ainda por cima vai até os Estados Unidos ajudar na Guerra de Secessão e exigia a abolição da escravidão... Canso-me só de ler.

A única crítica que faço a Garibaldi é que ele acabou cedendo suas conquistas ao Sul da península e abrindo mão do seu projeto de centralização democrático para o rei sardo-piemontês Vítor Emanuel II, cujo projeto de Estado relacionava-se á manutenção do status quo da aristocracia da região.

A parada é que, enquanto Mazzini e Garibaldi iniciaram a centralização pelo sul com apoio popular e ideais democráticos, esta foi aglutinada á unificação pensada pelos monarquistas. Então, apesar de ter tido momentos em que o povo estava na liderança do processo revolucionário, a formação da Itália foi, assim como na Alemanha, um projeto elitista, de cima para baixo (já discutimos que não de cima pra baixo, porque  foi do Norte pro Sul, por favor, mas porque foi imposta pelas classes dominantes).

Acompanhe abaixo a formação territorial da Itália:
Os Estados italianos em 1859: em laranja o Reino da Sardenha,em amarelo o Reino das Duas Sicílias, em vermelho os Estados Pontifícios, em azul o Reino da Lombardia e em verde o Grão-Ducado da Toscana e os Ducados de Parma e de Módena.

Depois de 1860: expansão sardenha.

Reino da Sardenha passa a ser denominado Reino da Itália.

Percebam Roma como entrave: mapa italiano antes da anexação de Roma.

 4. A Questão Romana

Inicia-se em 1861 a chamada Questão Romana, que foi quando o papa se recusou a subjugar-se ao poder do rei da Itália. A questão só foi resolvida por Mussolini, em 1939, com o Tratado de São João Latrão.

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Mais sobre o outro processo tardio de unificação, o caso alemão, você encontrar nesse link.


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